Tribunal condena grávida cristã à morte por abandonar o Islã
Uma gestante sudanesa de 27 anos foi condenada à morte por ser cristã, a condenação feita pelo tribunal de Cartum, no Sudão, se refere ao crime de “apostasia” por ela ter abandonado o Islã.
De acordo com a Anistia Internacional, a mulher está grávida de oito meses e está presa acompanhada de outro filho com quase dois anos de idade.
Antes de decretar a pena de morte, a justiça do Sudão chegou a tentar forçá-la a negar a fé cristã, como a jovem não aceitou recebeu a pena máxima pelo crime.
“Demos três dias para abjurar de sua fé, mas você insistiu em não voltar ao islã. Eu a condeno à pena de morte na forca”, declarou o juiz Abas Mohamed al-Khalifa, nesta quinta-feira (15).
Identificada como Meriam Yehya Ibrahim Ishag (seu nome cristão) também foi condenada a receber 100 chicotadas por “adultério”, pois segundo a lei do país uma mulher sudanesa não pode se casar com homens de outra religião e o marido de Meriam é cristão, nascido no Sudão do Sul.
Em uma parte da audiência um líder religioso muçulmano chegou a tentar convencê-la, mas ela teria dito com calma ao juiz: “Sou cristã e nunca cometi apostasia”. Segundo a BBC Brasil Meriam nunca foi muçulmana, pois foi criada como cristã ortodoxa por sua mãe, já que seu pai, que era muçulmano, não esteve presente durante a infância.
A Anistia Internacional informou que a mulher está presa desde agosto de 2013 por conta do casamento e o crime de apostasia só foi adicionado à acusação em fevereiro deste ano quando ela revelou que era cristã.
Embaixadas dos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e Holanda estão apoiando Meriam e tentando exigir que o governo do Sudão cancele a sentença de morte, respeitando assim a liberdade de religião que é um direito de todos os seres humanos. Com informações G1 e BBC Brasil